A síncope é uma perda transitória de consciência devido à hipoperfusão cerebral global transitória caracterizada por ser súbito, de curta duração e recuperação espontânea e completa.
A síncope vasovagal é um tipo de síncope reflexa mediada por estresse emocional ou ortostático e é normalmente precedido por um pródromo de sintomas como suor, palidez, palpitação e náusea.
Episódios típicos ocorrem quando ficamos de pé por período prolongado ou após o exercício. Os episódios tem como gatilho o jejum, desidratação, álcool, ambientes quentes e filas.
Frequentemente, há uma história familiar positiva de desmaios ou hipotensão e o paciente também pode ter outras comorbidades como a síndrome do intestino irritável, das pernas inquietas, o fenômeno de Raynaud e fibromialgia crônica.
A síncope vasovagal é classificada como “grave” se os eventos forem atípicos, ou seja, quando ocorrem na posição sentada, quando não precedido de algum sintoma ou sem gatilhos, associado a lesões, frequentes ou associado a internações hospitalares.
As investigações iniciais incluem uma boa coleta de história e exame físico, eletroencefalograma (ECG) e medições de pressão arterial ortostática, como medições de pressão arterial deitada e em pé ou suporte ativo, que pode revelar tendência à intolerância ortostática. Uma história detalhada, na ausência de doenças do coração, permitirá um diagnóstico na maioria dos casos. Baseado na história e nos resultados das investigações iniciais, pode-se lançar mão do Tilt teste, que também ajudará no diagnóstico.
O tratamento de primeira linha é conservador, com algumas medidas para o estilo de vida. A ingestão de líquidos deve ser aumentada em até 2–2,5 L por dia, e a ingestão de sal deve ser aumentada, se não houver contraindicações. Em pacientes mais velhos, a redução ou retirada de possíveis medicamentos culpados, como drogas cardiovasculares ou psicotrópicas, devem ser considerados.
Em casos de episódios graves e refratário as medidas conservadoras, incluindo a redução de medicamentos culpados, pode ser necessário tratamento farmacológico.
Síncope vasovagal que é desencadeada por emoção pode se beneficiar de terapia cognitivo-comportamental e estratégias semelhantes para modificar gatilhos.
Fonte: Kenny, R. A., & McNicholas, T. (2016). The management of vasovagal syncope. QJM, 109(12), 767–773. doi:10.1093/qjmed/hcw089
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